No Século XXI, mesmo em seu início, já haviam inúmeras pesquisas e dados apontando o aumento do número de doenças mentais. Hoje, existem ações governamentais e de profissionais da saúde buscando solucionar ou amenizar essa situação, um exemplo é a criação da campanha Setembro Amarelo da Associação Brasileira de Psiquiatria em parceria com o Conselho Federal de Medicina. Porém, com o aumento dos diagnósticos de alguns quadros clínicos, o brasileiro passa a consumir cada vez mais psicofármacos, como antidepressivos e ansiolíticos. Continue lendo e descubra informações essenciais sobre a ação desses medicamentos em nosso organismo.
Primeiro, é necessário entender o que são doenças mentais:
Doenças mentais são agravos à saúde que afetam o sistema nervoso, de forma a modificar o comportamento, a percepção da realidade, as emoções e o relacionamento do indivíduo com a sociedade e consigo mesmo.
Existem várias doenças mentais, como transtornos bipolares, depressivos, ansiedade, esquizofrenia, entre outros. As duas enfermidades em destaque nessa matéria, depressão e ansiedade são as mais comuns no Brasil e mundialmente. Ocorrem principalmente em mulheres e não são restritas a uma faixa etária, podendo se desenvolver em qualquer fase da vida de uma pessoa.
Agora, por que tais doenças surgem e têm um alto crescimento?
Transtornos de ansiedade e depressão são doenças multifatoriais, ou seja, as causas podem ser variadas. Em primeiro lugar existe a influência genética (hereditariedade), traumas vividos, estresse, presença de um primeiro agravo mental, abuso de álcool e substâncias ilícitas. No entanto, fatores socioeconômicos como condições de trabalho, desemprego, pobreza, fatores ambientais, políticos (falta de políticas voltadas para saúde mental), comunitários (falta de proteção, ajuda, compreensão) e culturais (falta de acesso a cultura) também contribuem significativamente para o surgimento desses males.
Mas, afinal, o que são os antidepressivos e ansiolíticos?
Os antidepressivos são medicamentos criados na década de 1950 para tratar pacientes com sintomas de depressão. Estes medicamentos foram sendo aprimorados com o passar das décadas, de modo a causar menos efeitos colaterais para os indivíduos. Os primeiros a surgir foram os antidepressivos tricíclicos (ADTs) e os inibidores da monoaminooxidade (IMAOs). No entanto, atualmente, há uma nova geração destes medicamentos, que são os que agem em um único neurotransmissor ou em múltiplos receptores.
Os ansiolíticos são medicamentos descobertos em 1950 que tratam pessoas com sintomas de ansiedade patológica, insônia e são também chamados de tranquilizantes. O transtorno de ansiedade geralmente é tratado com o uso de fármacos benzodiazepínicos, mas pode também ser usado agonistas de receptor de serotonina, betabloqueadores e até mesmo alguns antidepressivos.
Como agem estes medicamentos:
O mecanismo de ação dos antidepressivos leva em conta a diminuição dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina no cérebro, sendo estas as substâncias que, após caírem na fenda sináptica, promovem a transmissão do impulso nervoso entre os neurônios. A nova geração de medicamentos antidepressivos bloqueia canais de recaptação dos neurotransmissores para que eles não voltem ao neurônio que os secretou para a fenda sináptica. Desse modo a propagação do impulso nervoso é continuada promovendo a capacidade de sentir prazer.
Em relação aos antidepressivos mais antigos, os ADTs possuem a mesma lógica de mecanismo, porém geram graves efeitos colaterais. Os IMAOs bloqueiam a proteína chamada MAO, degradadora de catecolaminas, favorecendo o aumento da quantidade de catecolaminas como a serotonina e norepinefrina na fenda sináptica, porém esses medicamentos promovem um aumento não seletivo o que vem a gerar efeitos colaterais como insônia e ganho de peso.
Sobre o mecanismo de ação dos ansiolíticos, os benzodiazepínicos se ligam a sítios específicos de um receptor celular chamado GABA a fim de potencializar a função que tal receptor já exerce, permitindo a entrada de íons cloreto. Sendo este um ânion, a célula se hiperpolariza, e, desta maneira, ela não consegue transmitir impulsos nervosos, o que gera um estado de relaxamento do corpo.
Os fármacos restantes são pouco utilizados e o mecanismo dos agonistas de receptor de serotonina é pouco conhecido. Os betabloqueadores agem antagonizando de maneira não seletiva os receptores β adrenérgicos, o que gera relaxamento do músculo cardíaco, porém pode provocar perigosos efeitos colaterais como queda da pressão arterial, tonturas, desmaios, diminuição da frequência cardíaca, etc..
Em conclusão, é possível afirmar que o tratamento recomendado para a depressão e a ansiedade envolve a escolha correta do medicamento de acordo com o quadro clínico do paciente. Porém, juntamente com o tratamento medicamentoso dos quadros, a psicoterapia também é uma importante abordagem terapêutica que deve estar sempre aliada com o tratamento para uma completa recuperação desses transtornos.
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