Com a Páscoa, é natural que consumidores esquentem o mercado de chocolates e afins. A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), afirmou que os ovos de Páscoa estão em média 11% mais caros neste ano e que, ainda assim, haverá aumento de cerca de 15% nas vendas em comparação com a Páscoa de 2020. Esse aumento no comércio, mesmo que em crise devido à Pandemia do Coronavírus, demonstra o apreço que grande parte da população tem pelo produto, que não é apenas consumido “puro”, em forma de barra, mas também se torna um ingrediente valioso nas mais diversas sobremesas como bolos, pudins, tortas, dentre outros.
Mas você já se perguntou se esse ingrediente tão apreciado pela maioria deve ser evitado por alguns? Alergia ao chocolate existe de fato? Caso você queira apresentar alternativas ao chocolate para os seus consumidores, já se perguntou o que pode ser feito para expandir mais o seu negócio?
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Primeiramente, a alergia ao chocolate é diferente da alergia ao cacau
Alegar ser alérgico ao chocolate, não implica ser, necessariamente, alérgico ao cacau. Isso se dá pelo fato de que há diversas composições de chocolates no mercado, como o chocolate branco, por exemplo, que é fabricado primariamente pela mistura da manteiga do cacau, açúcar e leite, podendo incluir outros ingredientes que agregam no sabor e textura, como castanhas e frutas secas. Desse modo, por não levar massa de cacau em sua composição, o chocolate branco não chega nem a ser considerado um chocolate pelos especialistas.
Já os chocolates de fato, devem conter a partir de 25% de massa de cacau, podendo ser encontrado em diversas concentrações, que variam desde ao leite (que geralmente contém 25% de cacau) até chocolates amargos que podem, inclusive, chegar a 100% de teor de cacau. Os chocolates como ao leite ou branco, geralmente possuem diversos ingredientes potencialmente alérgenos, assim como os ovos de páscoa, que comumente levam na sua composição leite, nozes, castanhas e amendoim, além de diversos recheios cremosos, que também acabam tendo, em meio à lista de ingredientes, glúten e trigo.
Não só isso, mas também a contaminação cruzada é comum nas linhas de produção de chocolates, uma vez que os equipamentos que processam o produto acabam processando outras variedades, que podem conter castanhas, como amêndoa e avelã. Muitas vezes, é em meio à essa lista densa de ingredientes e no aviso de que o produto pode conter traços, que o alérgeno se encontra disfarçado. Assim, cabe tanto ao fabricante alertar no rótulo a presença de alérgenos na composição do produto, quanto ao consumidor se manter atento às informações contidas na embalagem.
Mas e o cacau? Existe alergia ao cacau puro não processado?
A resposta é sim... e não exatamente.
A alergia ao cacau puro é extremamente rara, tão rara que ainda é necessário estudos sobre o assunto, sendo que, até muito recentemente, ela sequer aparecia em artigos médicos. Majoritariamente, uma alegação de alergia à chocolate é na verdade uma alergia a algum ingrediente na composição do produto e que precisa ser averiguada por um médico, pois tal ingrediente pode estar presente em outros produtos e não unicamente no chocolate.
Já em relação a reações com o cacau, a intolerância está comumente ligada a teobromina, um alcaloide da família metilxantina, mesma família da qual a cafeína participa. O consumo de níveis altos de teobromina está associado a tonturas e zumbidos no ouvido e está relacionada muito mais com metabolismo de cada indivíduo, do que com uma reação alérgica de fato. Assim, os metabolizadores lentos de teobromina tendem a sentir mal estar, mesmo com baixas quantidades do alcaloide no organismo, enquanto os metabolizadores rápidos têm maior tolerância de consumo e geralmente lidam bem com a teobromina, mesmo que em quantidades mais elevadas.
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Vi que o chocolate que uso em meus produtos possui alérgenos, o que devo fazer?
O primeiro passo a se tomar é informar o consumidor sobre a presença de alérgenos nos produtos que comercializa. Providenciar a rotulagem adequada é fundamental para o seu negócio e evita problemas com quem consome seus produtos.
Embora muitos empreendedores se preocupem se perderão vendas ao incluir alegações de alérgenos, manter o consumidor bem informado é essencial, principalmente para evitar que o seu cliente tenha alergias extremas, que podem levar à anafilaxia, isto é, uma reação alérgica aguda, grave e potencialmente fatal.
Em algumas receitas, também é possível substituir o chocolate por alfarroba, que é um ingrediente rico em antioxidantes, principalmente polifenóis e, por possuir sabor semelhante ao cacau, é considerada uma alternativa boa e saudável. Além disso, pelo fato de ter poucas calorias, esse ingrediente tem conquistado o público nos últimos anos e é uma ótima fonte de fibras e vitaminas do complexo B.
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Referências
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2017/08/848777/270-271-jul-ago-2017-30-35.pdf#:~:text=O s%20principais%20al%C3%A9rgenos%20presentes%20foram,alimentares%2C%20pois%2 0mesmo%20os%20chocolates
https://jovempan.com.br/noticias/economia/ovos-de-pascoa-estao-mais-caros-neste-ano-co m-alta-do-dolar-e-do-cacau.html#:~:text=Na%20compara%C3%A7%C3%A3o%20com%20a %20P%C3%A1scoa%20de%202021%2C%20Costa%20estima%20incremento,500%20nov as%20unidades%20at%C3%A9%20dezembro.
https://www.verywellhealth.com/chocolate-allergy-does-it-exist-1323991#:~:text=Allergies%2 0to%20cacao%20(the%20bean,up%20in%20recent%20medical%20literature.
https://super.abril.com.br/especiais/alergias-extremas/#:~:text=Estamos%20falando%20da% 20anafilaxia%2C%20a,de%20ar%20para%20os%20pulm%C3%B5es.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teobromina#:~:text=Teobromina%20%C3%A9%20um%20alcaloide%20da,tamb%C3%A9m%20na%20semente%20do%20guaran%C3%A1.
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